quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Planta Medicinal é Venerada no Peru

Por Evilasio Anelli

Enquanto a rede Globo prossegue com a propaganda difamatória da medicina popular com o quadro é bom pra que do médico Varella, no Peru uma delas se torna patrimônio cultural
Cipo da Ayuaska
O governo do Peru declarou como patrimônio cultural da nação os conhecimentos tradicionais e usos da ayahuasca praticados por comunidades indígenas na floresta amazônica.

A ayahuasca é mais conhecida como um dois componentes para a elaboração do Daime que é uma bebida obtida a partir do cozimento do cipó jagube, também conhecido como mariri (Banisteriopis caapi), com a folha da chacrona (Psichotria viridis). Para os peruanos, a ayahuasca tem uma história cultural em virtude de suas qualidades psicotrópicas.

A decisão do governo peruano, assinada pelo diretor do Instituto Nacional de Cultura, foi  publicado na edição do jornal El Peruano, o diário oficial do país.

Na declaração de reconhecimento, consta que a ayahuasca tem qualidades psicotrópicas que atuam sobre o psiquismo, a atividade mental, o comportamento, a percepção. A planta é conhecida no mundo todo como uma planta indígena da Amazônia que transmite sabedoria para sobre os próprios fundamentos do mundo.
Para os usuários os efeitos produzidos pelo seu consumo é equivalente à entrada nos segredos do mundo espiritual.

Virtudes terapêuticas

O Instituto Nacional de Cultura assinala que o uso e resultados obtidos com ayahuasca são necessários para todos os membros das sociedades amazônicas em algum momento de suas vidas e indispensáveis para que assumam o papel de portadores privilegiados, seja através de comunicações com o mundo espiritual ou para os que se expressam plasticamente.

O governo peruano afirma que os efeitos que a ayahuasca produz têm sido amplamente estudados por causa de sua complexidade e são diferentes dos que usualmente produzem os alucinógenos.

- Parte dessa diferença consiste no ritual que acompanha seu consumo, que conduz a diversos efeitos, porém sempre dentro de uma margem culturalmente delimitada e com propósitos religiosos, terapêuticos e de afirmação cultural - afirma Javier Villacorta.

No entendimento do governo peruano, a prática de sessões rituais de ayahuasca constitui um dos pilares da identidade dos povos amazônicos e seu uso ancestral nos rituais tradicionais, garantindo continuidade cultural, está vinculado às virtudes terapêuticas.

Busca-se proteção do uso tradicional e do caráter sagrado do ritual de ayahuasca, diferenciando-o de usos ocidentais descontextualizados, consumistas e com propósitos comerciais - assinala a declaração do Instituto Nacional de Cultura.

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