sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O Fantástico poder da Globo contra as plantas medicinais

Por Evilásio Anelli

Desde que a rede globo começou a veicular no Fantástico reportagens contra o uso de plantas medicinais já havia suspeitas no ar que por detrás havia a manobra da Indústria farmacêutica.
Praticamente todos os brasileiros já tomaram algum tipo de chá e sabem que a vovozona estava certa quando passava os chazinhos e não matou nenhum netinho com seus chás. A Globo tenta mostrar o contrário no Fantástico aos domingos.

Além de comentários de amigos de várias partes do País, dois e-mails me chamam a atenção e socializo-os com os leitores.
No início deste ano, após longas pesquisas lancei o livro A Arte da Cura. A aceitação foi tão grande que a edição se esgotou em menos de dois meses. Tive que cancelar vários lançamentos previstos em vários municípios e a segunda edição já está em andamento.  
As investidas da Globo contra as Plantas Medicinais é um tiro no pé. Ao invés da população parar de tomar os chazinhos, passam a desacreditar na Globo.
Na contramão da história a Globo que contrariar a “Declaração de Alma-Ata, em 1978, a OMS tem expressado a sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário de seus países membros, tendo em conta que 80% da população mundial utiliza estas plantas ou preparações destas.”
Será que o médico Varella sabe que no interior do Brasil, existe inúmera localidades sem médicos e que a população vêem nas plantas medicinais a única e última opção de saúde?
A revista Epoca fez a matéria e alguns leitores deixaram seus comentários.
É só conferir.

E-mail 1 
É BOM PRA QUEM?
Carlos Lyrio
Médico e Diretor do Instituto Roberto Costa - Petrópolis-RJ

No dia 5 de setembro, domingo, foi veiculado no FANTÁSTICO uma matéria intitulada “É BOM PRA QUE?”. A reportagem começa com a âncora do programa dizendo que a “babosa dos xampus”  pode ser perigosa quando utilizada  “para tratar o câncer”. Na sequência o Dr. Dráuzio Varella faz uma comparação entre a fitoterapia e a quimioterapia no tratamento do câncer entre outras patologias.  O que me chamou a atenção foi a tendência explícita para denegrir a fitoterapia, principalmente como prática popular.
Toda a matéria foi pautada enfocando os perigos da prática fitoterápica, como se os seculares chás das nossas vovós fossem feitiçarias mortais para os pobres coitados moribundos enganados pelos bruxos dos fitoterapeutas. Eu pergunto: você já ouviu falar de alguém que morreu porque tomou boldo?  Você já ouviu falar de alguém que foi parar no CTI porque usou quebra-pedra? Ou ainda, você já ouviu falar de alguém que tomou babosa para tratar o câncer e ficou fraco, careca e quase morreu? Em contrapartida, quantas pessoas que você conhece que depois que começaram a usar radiação e quimioterápicos para tratar o câncer morreram? Quem nunca soube de um caso de alguém  que foi fazer um simples exame de radiografia que usa contraste e foi parar no CTI? Será que o Dr. Dráuzio Varella, porta-voz da verdade de plantão, está realmente preocupado com os chás, ou talvez sua preocupação esteja mais voltada para garantir o mercado da indústria farmacêutica? A Reportagem “É BOM PRA QUE?”  É BOM PRA QUEM?
No dia 02 de janeiro de 2007 o jornal The New York Times publicou uma matéria assinada pelos jornalistas  Gilbert Welch, Lisa Schwartz e Steven Woloshin intitulada epidemic of diagnoses (epidemia de diagnósticos) . O  artigo começa com os jornalistas dizendo  textualmente que “ a maior ameaça a saúde apresentada pela medicina americana é o fato de cada vez mais estar afundando não numa epidemia de doenças, mas sim numa epidemia de diagnósticos”. Eles mostram que tal epidemia tem  graves e nocivos desdobramentos. O primeiro é o que eles  chamam de medicalização da vida cotidiana. Na matéria  dizem que “a  maioria de nós passa por sensações físicas ou psicológicas desagradáveis que, no passado, eram consideradas como parte da vida. Se uma criança tossir depois de fazer exercícios, ela tem asma. Se tiver problemas com leitura, é disléxica. Se estiver infeliz, tem depressão. Se alternar entre euforia e tristeza tem distúrbio bipolar.”. O segundo desdobramento é o que eles consideraram como uma tendência de descobrir doenças o quanto antes. Os jornalistas afirmam que “diagnósticos que eram usualmente restritos a moléstias graves, hoje são diagnosticados  em pessoas que absolutamente não apresentam sintomas, os famosos grupos de risco e as pessoas com predisposição. Isso se dá graças a avançada tecnologia que torna possível  qualquer diagnóstico em qualquer pessoa: artrite em pessoas sem dores nas juntas, úlcera em pessoas sem dores no estômago e câncer de próstata em milhões de pessoas que, não fosse pelos exames, viveriam da mesma forma e sem serem consideradas pacientes com câncer”.
O principal desdobramento da epidemia de diagnósticos, é o que os jornalistas intitulam de epidemia de tratamentos. Aqui eles mostram que “nem todos os tratamentos têm reais benefícios, mas quase todos podem ter reais prejuízos”. Finalizando o artigo os autores revelam que por trás  da epidemia de diagnósticos  existe um grande interesse , pois “ mais diagnósticos significa mais dinheiro para a indústria farmacêutica, planos de saúde, hospitais, e médicos”.
A Fitoterapia segundo uma  publicação de 2006 do Ministério da Saúde assinada pelo atual Ministro da Saúde José Gomes Temporão  e pelo então Secretário  de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde Moisés Goldbaun intitulada  Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS mostra que “o uso de plantas medicinais na arte de curar é uma forma de tratamento de origens muito antigas, relacionada aos primórdios da medicina e fundamentada no acúmulo de informações por sucessivas gerações. Ao longo dos séculos,produtos de origem vegetal constituíram as bases para tratamento de diferentes doenças. Desde a Declaração de Alma-Ata, em 1978, a OMS tem expressado a sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário de seus países membros, tendo em conta que 80% da população mundial utiliza estas plantas ou preparações destas.”
Parece que o Dr. Drauzio Varella e sua equipe fantástica da telinha estão na contramão da realidade.   Nos Estados Unidos, berço da indústria farmacêutica ,  a tendência do povo é tratar SIM o câncer com babosa e aqui no Brasil as autoridades também estão acenando no mesmo sentido. O pior é que na reportagem ainda tentaram denegrir a imagem da Igreja Católica, que tem uma participação expressiva e legítima na prática popular da saúde em regiões longínquas  desse nosso país continental,  onde não existe tecnologia e muito menos tecnólogos da saúde, onde só as plantas fazem a diferença, graças a Deus! 
É BOM PRA QUEM? Vou deixar a resposta para o Médico Britânico, o Dr. Vermon Coleman, autor , entre outros, do Bestseller Bodypower (O poder do corpo):  “A prática da medicina é um grande negócio. Milhares de empresas têm interesse documentado na sua doença”.  Por isso é que querem que você fique com medo da Babosa. É FAN-TÁS-TI-CO!
E-mail 2
Olá enredados e demais parceir@s
Em um momento em que está sendo feita a consulta pública para normatização das Farmácias Vivas, onde serão disponibilizadas à população medicamentos produzidos a partir de plantas medicinais que tem estudo suficiente para atestarem sua atividade....
Até nem fico tão admirada que a rede Globo, que afina com os interesses de multinacionais patrocinadoras e propagandista em sua mídia, façam "propaganda" contra o uso de plantas medicinais pelo SUS através de um programa capitaneado pelo "médico" Dráuzio Varela.
Ora isso é mais uma tentativa de desrespeitar em primeiro lugar a cultura de nossa população, depois nossos pesquisadores brasileiros que tem dado o sangue para produzir pesquisas que venham a validar o conhecimento tradicional.
Claro, como mostra a propaganda... o bom é tomar Doril e não o chá de alho... o Chá de alho é "perfumaria" acessório...
Enquanto na UFMT em parceria com outras instituições, está sendo desenvolvido um curso com o intuito de podermos dar um ponta-pé inicial na implantação da política Estadual de Plantas medicinais e de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde... vem um programa dessa envergadura por um balde de água fria na cabeça da população... a Globo sem dúvida quer mais uma vez manipular a opinião pública.
A ANVISA já se posicionou contra este tipo de programa, mas o poder da mídia é maior do que o próprio órgão regulador
Veja o comentário da Ana Cecília da ANVISA em comunicação com os profissionais ligados a fitoterapia no SUS
"Na anvisa tentamos fazê-lo mudar de opinião de todo jeito, mas foi impossível, ele foi la no final da série e já tinha uma visão formada sobre o assunto, ficamos 3 horas insistentemente explicando tudo, mas tenho certeza que ele editará isso e só passará a parte que quiser, espero pelo menos que não nos ridicularize.

Prezados amigos simpatizantes e defensores do uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos na promoção a saúde. A partir do dia 29 deste mês o médico Drauzio Varella estreia mais uma de suas séries no Fantástico, da TV Globo. Vai se chamar É bom pra quê? Em quatro domingos, Drauzio vai apresentar uma ampla investigação sobre ervas e fitoterápicos.  Ontem, dia 13 a revista ÉPOCA publicou entrevista sobre a sua posição sobre este assunto. 
 Íntegra da entrevista pelo endereço
ÉPOCAO Ministério da Saúde elegeu oito plantas às quais se atribui alguma atividade e passou a distribuí-las no SUS. São elas: alcachofra, aroeira, cáscara sagrada, garra do diabo, guaco, isoflavona da soja e unha de gato. Isso é ruim?
Drauzio – Que tipo de medicina o governo cria com uma medida como essa? Ele institui duas medicinas: a do rico e a do pobre. As pessoas que têm acesso ao atendimento de saúde vão a médicos e compram remédios em farmácia.
O que o governo fez foi criar uma medicina para pobres baseada em plantas que não têm atividade demonstrada cientificamente. Quando dizem que determinada planta tem atividade isso significa que em tubo de ensaio ela demonstrou ter determinada ação. Mas isso não basta. Para ter ação comprovada em seres humanos, falta muita coisa.

ÉPOCAO que você pretende mostrar com essa série?
Drauzio – Nosso objetivo é mostrar que esses fitoterápicos têm de ser estudados. Têm de ser submetidos ao mesmo escrutínio ao qual os remédios comuns são submetidos. Essas coisas são jogadas para o público sem passar por estudo nenhum.
Hoje vemos órgãos públicos distribuindo esses chás e fazendo o que chamam de Farmácias Vivas. Estivemos em várias delas. Em Belém, Imperatriz (no Maranhão) e em Goiânia. Essas Farmácias Vivas não são nada mais do que hortas. As plantas são cultivadas ali e distribuídas para a população sem o menor critério. Muitas vezes são indicadas por pessoas que não entendem nada de medicina. Outras vezes, são prescritas por médicos. Quem não prefere tomar um chá desses em vez de um comprimido ou injeção? Essas Farmácias Vivas estão no país inteiro. São estimuladas pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias estaduais.
ÉPOCAOs riscos e os benefícios dessas oito plantas eleitas pelo Ministério da Saúde não foram suficientemente determinados?
Drauzio – Eles dizem que os riscos e os benefícios foram avaliados pelo uso tradicional.
É para dar risada. A Anvisa dá uma relação dessas plantas e coloca qual é a alegação terapêutica. Apresentar a alegação terapêutica significa afirmar o seguinte “dizem que serve para tal coisa, mas ninguém comprovou”. É uma situação muito séria. Primeiro porque ninguém sabe de que forma essas plantas podem interagir com os remédios que a pessoa está tomando. Ninguém sabe o que pode acontecer. Outro problema grave é que as pessoas abandonam o tratamento convencional e ficam apenas com as ervas.
ÉPOCAO Ministério da Saúde errou ao adotar essa política?
Drauzio – Essa medida está totalmente errada. Isso não deveria ter sido feito de jeito nenhum. O que está por trás disso é uma questão política. Imagine se eu fosse o prefeito de uma pequena cidade do interior. Quanto custa um posto de saúde, médico, enfermagem, paramédicos etc? Custa caro. É muito mais barato fazer uma horta e mandar o médico receitar aquilo.
E ainda inauguro o negócio com o nome de Farmácia Viva. Imagine só que nome mais inadequado. Fazer uma coisa dessa não custa quase nada. E os políticos adoram inaugurar essas hortas. Há centenas delas no Brasil.

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