quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Contribuição do Jornalismo Colaborativo em discussão

Por Milenon Busiquia
O jornalismo colaborativo é feito quando há uma participação mais efetiva do público na construção do jornalismo. Os jornalistas Carlos Castilho e Mark Briggs definem, no livro 'Jornalismo 2.0', que a parceria entre público e jornalismo vai marcar o quotidiano dos novos profissionais da comunicação. Segundo eles, o termo ‘Web 2,0’ também está sendo difundido como sinônimo do jornalismo colaborativo.
Esse tipo de jornalismo se refere às páginas web cuja importância se deve principalmente à participação dos usuários e busca representar as três principais formas de participação no jornalismo: participação através de sugestões de reportagens; através de comentários nas matérias dos sites que disponibilizam esse campo; e quando as pessoas participam como jornalistas cidadãos, ou seja, escrevem a matéria, tiram as fotos ou gravam os vídeos e mandam esse material para os mais diversos meios e principalmente, o disponibiliza na internet.
No Brasil, cada dia surgem mais meios de comunicação que fazem uso de recursos e apresentam possibilidades para que o público participe de sua construção, principalmente em sites. Em Mato Grosso é possível perceber que os sites disponibilizam ao menos o campo de comentários para que o usuário participe e dê sua opinião e até mesmo sugira novas reportagens. Outra ferramenta que os profissionais do jornalismo vem usando para interagir e criar um vinculo com um público participativo é o Twitter. Em Mato Grosso o twitter da TV Centro América (@tvca) é um dos mais bem utilizados para esta função. Além de divulgar as informações publicadas no site, a ferramenta também é utilizada para sugestão de reportagem, para a busca de personagens para matérias, para informações onde as equipes da TV não estão. Outro aspecto que pode ser observado é que muitas reportagens partem de informações ou fotos dos próprios seguidores da TVCA no twitter.
Mas ao contrário do que Mark Potts afirma, ainda é necessária a participação de um profissional de jornalismo na construção do jornalismo cidadão. É ele que, além de  checar se as informações do público são verdadeiras, tem a técnica para construir um bom material que possa ser acessado por qualquer pessoa.
O jornalismo participativo está crescendo. A jornalista Ana Brambilla faz, inclusive, em seu blog, uma lista de endereços online em que pode ser encontrado o jornalismo colaborativo. E é usado também na correção do material publicado na internet. Hoje há blogs, inclusive, que mostram esses erros jornalísticos encontrados pelo público, como o 'Que jornalismo é esse', ou mesmo os próprios sites, como Oglobo quando corrigido pelo internauta dão o devido crédito e assumem o erro. 
Portanto, é visível que o jornalismo participativo está mudando a dinâmica da construção jornalística. E isso é importante. É uma evolução que acompanhou a evolução tecnológica. Agora, o público tem acesso aos meios de comunicação e a quem faz o jornalismo. O público também acaba conseguindo acessar a mesma fontes que até então somente jornalistas  tinham. E essa conversa – entre público e jornalistas - faz com que exista uma melhora inclusive na produção jornalística.
O público está em muitos lugares. Locais que as poucas equipes de jornalismo não conseguem cobrir em seu trabalho. Aí está a importância dessa troca. O público tem como fotografar, filmar, e até mesmo passar informações sobre um local que é comum a ela, com muito mais propriedade e facilidade do que as equipes de jornalismo. Ela ajuda os meios de comunicação, que retribuem mostrando o problema/situação/flagrante feito pelo público.

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