quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Twitter e os princípios básicos do jornalismo

Por: Marcio Camilo

Fonte:Wiki Notícia
Twitter. Mais uma nova tecnologia para o exercício do jornalista. Nessa perspectiva, muda-se o tipo de linguagem e os profissionais tem que se adaptar com textos de no máximo 140 caracteres. Um pouco difícil. Digamos que esse microblog pratica a essência do que seria um jornalismo simultâneo, chega a ser até o cúmulo da simultaneidade.  Entretanto, por ser uma nova tecnologia, na qual um novo jornalismo é aplicado, erros banais quanto as premissas básicas da profissão acabam por ser inevitáveis.  

Foi o que a aconteceu no caso da jornalista da Folha de S. Paulo, Vera Magalhães, que fazia a cobertura em tempo real do julgamento do ex-ministro Antonio Palocci no Supremo Tribunal Federal, em 2009. Por causa da capacidade viral do Twitter, a comunicadora acabou levando um trote de um internauta que acompanhava o caso pelas “tuitadas” de Vera.  O fato é que o usuário fez a profissional acreditar que ele era um advogado que estava no tribunal acompanhado o caso. E a jornalista não conseguiu perceber a brincadeira.

O episódio nos faz pensar: como uma renomada jornalista caiu num trote como esse? E a reflexão pode ir mais além: e se fosse um caso mais sério? Por que a suposta gafe que a jornalista cometeu com o advogado, o chamando de mala, foi replicada e divulgada em outros veículos de comunicação da internet. A sorte da Vera Magalhães é que se tratou de um trote infantil.
Vejo que toda essa simultaneidade e instantaneidade que a internet proporciona pode ser prejudicial para o jornalismo no sentido de desrespeitar os princípios básicos da profissão. Isso ficou explicito no julgamento do Antonio Palocci, quando a jornalista esqueceu-se de checar se a mensagem realmente era do advogado “mala” que estava do lado dela. 

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